Castelo

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quinta-feira, 31 de maio de 2012

Caiu a ficha...

Há três noites que tenho dormido (mal) apenas quatro horas, que para mim equivalem a metade do tempo que preciso para acordar mais ou menos... Eu estou com insônia e acordo um caco. Sei o motivo, mas preciso conviver com isso e acostumar.

Parece que agora, com passagens compradas, alguns questionários respondidos e mais próximo da data de ida do Flávio para o País de Gales, é que realmente "caiu a ficha" para mim! O meu filhinho de 15 anos vai embora de casa! Como assim? Eu não estou preparada, é claro, acho que mãe nenhuma está, mas penso que oportunidades assim não surgem com facilidade e tenho que deixar meu egoísmo de lado e apoiar meu filho, ele merece.

É, entre o racionalismo exposto acima e a minha vontade de não deixá-lo ir, tem um monstro de 5 Km de altura e largura, que não me deixa dormir! É com minha luta diária contra os meus próprios pensamentos egoístas, que vou vencer este monstro e deixar meu filho, iluminado e brilhante, viver a vida dele, mesmo que seja distante de mim.

Já comecei a comentar com a minha família sobre a possibilidade do Flávio ir para o Reino Unido, e tenho observado que as pessoas podem ser surpreendentes.

Quando contei para  a minha mãe, que simplesmente abomina a simples ideia de um filho ir morar no exterior (mesmo que adultos, ou velhos), que o Flávio provavelmente iria e seria já em agosto, ela ficou sem voz e tentou manter a postura, me deixando, obviamente, super mal, pois me senti totalmente desamparada e até inadequada. A surpresa com ela não foi essa, o que me surpreendeu é que no domingo, depois de 4 dias, ela telefonou super diferente e até conversou e parabenizou o Flávio, confesso que meu coração se aquietou um pouco.

Meu pai é uma pessoa muito boa, de um caráter irretocável, mas segue um padrão de comportamento "low profile", fala baixo e pouco, pouco se movimenta durante a conversa, é super tímido e tem dificuldade para expressar sentimentos, aliado a isso ele é naturalmente mais frio que a minha mãe, então quando comentei com ele e ele devolveu meia dúzia de comentários sociais, eu achei que tudo estava em ordem no mundo, rsrsrs.

A minha sogra passou por algo parecido com o filho dela, pois quando ele tinha 15 anos também saiu de casa, foi para Barbacena seguir a carreira militar, Ele nunca mais voltou, com exceção dos períodos de férias e feriados (quando já estava em Pirassununga e tinha carro). Naquela época as dificuldades eram MUITO maiores que agora, o telefone era somente fixo, as passagens aéreas eram caríssimas, então imagino que a distância de São José do Rio Preto até Barbacena, pode ser equiparada, nos moldes atuais, com a distância do Brasil até o País de Gales... A diferença maior está no telefone, agora o celular e o Skype são facilitadores muito bem-vindos! A aceitação dela foi bem interessante, pois apesar de preocupada com ele, ela ficou apreensiva por causa do custo de vida no Reino Unido (com toda razão).

Bem, eu espero sinceramente estar fazendo a coisa certa, pois jamais, e eu digo JAMAIS eu prejudicaria meu filho de propósito, então tenho que ser forte e enfrentar todas a críticas que receberei, tenho certeza, pois as pessoas AMAM colocar a pulga atrás da orelha de mães fragilizadas.

Ainda bem que tenho o apoio total e irrestrito do Flávio (o pai), que compartilha as mesmas ideias e pensamentos comigo e sente o mesmo que eu em relação a dúvidas e saudades, ele só não compartilha a insônia, ainda bem!

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Prova, entrevista e convívio

UWC (United World Colleges, ou Colégios do Mundo Unido), é uma associação sem fins-lucrativos que compreende doze escolas de ensino médio localizadas em treze países do mundo (Estados Unidos, Itália, Canadá, Índia, Noruega, País de Gales, Venezuela, Suazilândia, Hong Kong, Cingapura, Costa Rica, Bósnia-Herzegóvina e Holanda). Em cada escola, estudantes e professores de mais de 100 nacionalidades e etnias, representando as mais variadas raças, culturas, nacionalidades, religiões e orientações políticas, convivem em um ambiente desenvolvido com o intuito de promover a paz e a compreensão entre os povos por meio da educação.


Quando a Fernanda contou para o Flávio sobre o UWC, nunca tínhamos ouvido falar e ficamos bem impressionados com a filosofia e ideologia do ensino  de "Formar Líderes Mundiais", mas era tão distante da nossa realidade de nômades (família militar) e em relação a idade do Flávio, que na época estava com 11 anos, que não pesquisamos mais sobre o assunto.

Passado algum tempo conversamos novamente com ela, que entrou em contato com a Juliana, que estudou em Mahindra pelo UWC, e ela deu as informações necessárias sobre o nome e a página na Internet.

Em março de 2011 fomos a um aniversário e qual nossa surpresa quando encontramos nesta festa, os pais da Juliana (de Mahindra), os quais nos tiraram muitas dúvidas e falaram maravilhas sobre o ensino e as experiências vividas pela filha deles na Índia.

Em setembro de 2011 abriram as inscrições para a prova, que seria em dezembro, o Flávio pediu que o inscrevêssemos, ele foi inscrito então, depois da assinatura da escola onde ele estuda (Colégio Militar de Brasília). A sorte (oportunidade + preparo) estava lançada!

Em janeiro entramos na página e qual a minha surpresa (esta não é a palavra certa, o melhor seria pânico) quando vimos que ele havia sido selecionado para a entrevista.

A entrevista foi marcada para março e seria em Belo Horizonte. Como residimos atualmente em Brasília, perguntamos se ele tinha realmente certeza sobre o seu desejo de estudar em uma escola UWC, com a confirmação do Flávio, fomos de carro para Belo Horizonte, ficamos na casa de amigos e estávamos mortos na segunda -feira, depois de mais de 18h dirigindo ( o pai fez questão de dirigir todo o trajeto). Mas o dever foi cumprido, a sorte estava lançada mais uma vez, agora seriam entrevistados 50 alunos, ao invés dos mais de 300 que fizeram a prova.

Depois desta etapa ficamos de olho no site, pois seriam selecionados cerca de 16 pessoas para o convívio, que iria ocorrer em São Paulo, em local ainda não determinado. Duas semanas antes do convívio, saiu a lista no site e... Lá estava o nome dele novamente, chorei novamente e ele ficou todo feliz! O convívio foi no final do mês de março, durante um final de semana. O Flávio foi levá-lo a São Paulo e depois a madrinha dele o levou ao aeroporto para ele retornar, o pai já tinha retornado no dia anterior. Ele amou o convívio, que tem diversas atividades de seleção, não divulgadas ao público e se encantou pelos colegas. Novamente depois do convívio, teríamos a espera. 

Em um domingo, quando não estávamos nem esperando, o Flávio recebeu um telefonema do Joel, ele é ex aluno UWC do Canadá e ficou incumbido de dar a notícia da... APROVAÇÃO do Flávio na escola dos País de Gales, o Atlantic College, que está completando 50 anos neste ano. Eu, é claro, chorei rios, mas sabendo que era um orgulho e uma alegria eu não poderia sofrer de verdade, só por saudade... O Joel frisou que tudo era sigiloso ainda, então não poderíamos comentar com ninguém!! Imagina só, saber algo tão grandioso e que mudaria a vida do Flavinho para sempre, e não poder comentar. Mas vamos lá, fica entre nós então, além do mais nada era certeza, pois precisava desenrolar a parte burocrática.

Agora estamos correndo atrás de TUDO, ou seja, passagens, visto de estudo, vacinas, etc... Declarações da escola, de amigos, dos pais... Ufa. Vai valer a pena!