Há três noites que tenho dormido (mal) apenas quatro horas, que para mim equivalem a metade do tempo que preciso para acordar mais ou menos... Eu estou com insônia e acordo um caco. Sei o motivo, mas preciso conviver com isso e acostumar.
Parece que agora, com passagens compradas, alguns questionários respondidos e mais próximo da data de ida do Flávio para o País de Gales, é que realmente "caiu a ficha" para mim! O meu filhinho de 15 anos vai embora de casa! Como assim? Eu não estou preparada, é claro, acho que mãe nenhuma está, mas penso que oportunidades assim não surgem com facilidade e tenho que deixar meu egoísmo de lado e apoiar meu filho, ele merece.
É, entre o racionalismo exposto acima e a minha vontade de não deixá-lo ir, tem um monstro de 5 Km de altura e largura, que não me deixa dormir! É com minha luta diária contra os meus próprios pensamentos egoístas, que vou vencer este monstro e deixar meu filho, iluminado e brilhante, viver a vida dele, mesmo que seja distante de mim.
Já comecei a comentar com a minha família sobre a possibilidade do Flávio ir para o Reino Unido, e tenho observado que as pessoas podem ser surpreendentes.
Quando contei para a minha mãe, que simplesmente abomina a simples ideia de um filho ir morar no exterior (mesmo que adultos, ou velhos), que o Flávio provavelmente iria e seria já em agosto, ela ficou sem voz e tentou manter a postura, me deixando, obviamente, super mal, pois me senti totalmente desamparada e até inadequada. A surpresa com ela não foi essa, o que me surpreendeu é que no domingo, depois de 4 dias, ela telefonou super diferente e até conversou e parabenizou o Flávio, confesso que meu coração se aquietou um pouco.
Meu pai é uma pessoa muito boa, de um caráter irretocável, mas segue um padrão de comportamento "low profile", fala baixo e pouco, pouco se movimenta durante a conversa, é super tímido e tem dificuldade para expressar sentimentos, aliado a isso ele é naturalmente mais frio que a minha mãe, então quando comentei com ele e ele devolveu meia dúzia de comentários sociais, eu achei que tudo estava em ordem no mundo, rsrsrs.
A minha sogra passou por algo parecido com o filho dela, pois quando ele tinha 15 anos também saiu de casa, foi para Barbacena seguir a carreira militar, Ele nunca mais voltou, com exceção dos períodos de férias e feriados (quando já estava em Pirassununga e tinha carro). Naquela época as dificuldades eram MUITO maiores que agora, o telefone era somente fixo, as passagens aéreas eram caríssimas, então imagino que a distância de São José do Rio Preto até Barbacena, pode ser equiparada, nos moldes atuais, com a distância do Brasil até o País de Gales... A diferença maior está no telefone, agora o celular e o Skype são facilitadores muito bem-vindos! A aceitação dela foi bem interessante, pois apesar de preocupada com ele, ela ficou apreensiva por causa do custo de vida no Reino Unido (com toda razão).
Bem, eu espero sinceramente estar fazendo a coisa certa, pois jamais, e eu digo JAMAIS eu prejudicaria meu filho de propósito, então tenho que ser forte e enfrentar todas a críticas que receberei, tenho certeza, pois as pessoas AMAM colocar a pulga atrás da orelha de mães fragilizadas.
Ainda bem que tenho o apoio total e irrestrito do Flávio (o pai), que compartilha as mesmas ideias e pensamentos comigo e sente o mesmo que eu em relação a dúvidas e saudades, ele só não compartilha a insônia, ainda bem!